Caríssimos no Senhor,
Saudações de graça e paz!
Considerando a celebração do 20° Dia Mundial do Doente que ocorre no próximo dia 11 de Fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes, e o início da Campanha da Fraternidade, na Quarta-feira de Cinzas, ou seja, no próximo dia 22 de fevereiro, cujo tema neste ano é “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8), creio que neste mês merece de nossa parte uma reflexão sobre nossa presença junto dos que enfermos, sobretudo, naqueles espaços onde os doentes devem encontrar atendimento de qualidade, condições mais humanas para verem vencidas as suas enfermidades e reencontrada a saúde completa.
O Papa Bento XVI, neste ano, toma como tema de sua mensagem para o 20° Dia Mundial do Doente a palavra de Jesus: “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!” (Lc 17, 19). O Papa fala da importância dos Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, lembrando que “no seu Filho Deus não nos abandona às nossas angústias e sofrimentos, mas está próximo de nós, ajuda-nos a suportá-los e deseja curar profundamente o nosso coração (cf. Mc 2,1-12).” Após uma reflexão bonita e profunda sobre os Sacramentos da Cura e o Sacramento da Eucaristia, o Papa expressa o seu desejo de “encorajar os doentes e quantos sofrem a encontrar sempre uma âncora segura na fé, alimentada pela escuta da Palavra de Deus, da oração pessoal e dos Sacramentos, enquanto convido os Pastores a permanecerem cada vez mais disponíveis à sua celebração para os enfermos.”
Nesta perspectiva, a Igreja do Brasil, neste ano, serve-se do Tempo Quaresmal para viver a Campanha da Fraternidade, cujo tema trata da “Fraternidade e Saúde Pública”. Na apresentação da CF 2012, o Secretário da CNBB Dom Leonardo U. Steiner e o Secretário Executivo da CF o Pe. Luiz Carlos Dias falam do objetivo da CF 2012: sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência à Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas.
A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde Pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na morte. E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. Que ela se difunda sobre a terra, pois a salvação já nos foi alcançada pelo Crucificado.”
Não são poucas as iniciativas valorizadas e propostas que o Texto-Base apresenta às comunidade e a cada um em particular, para que a Saúde Pública seja cada vez mais humanizada. Entre as propostas elencadas, levando em conta o Destaque Pastoral “Paróquia: comunidade de comunidades”, precisamente a Carta Pastoral de Dom Odilo: “Paróquia: torna-te o que tu és!” que convida as paróquias a se tornarem comunidades de discípulos missionários de Jesus Cristo; gostaria de chamar a atenção de todos para a nossa presença nos Hospitais da nossa Região Episcopal.
Como é do conhecimento de todos, não são poucos os esforços do nosso querido Pe. Jorge em animar, acompanhar o trabalho da Pastoral da Saúde no Hospital Penteado. Nestes últimos anos vários passos foram dados, inclusive a criação da Capelania Hospitalar no Hospital Penteado e na Maternidade da Cachoeirinha. Mas, penso que, ainda muito está por fazer, não é mesmo?
O Texto-Base fala da missão dos agentes da Pastoral da Saúde (bispo, presbíteros, capelães, diáconos, religiosos e religiosas, todos os leigos): “ser testemunhas do amor de Deus através da proximidade, do diálogo, da oração, do acompanhamento e exercício da caridade é a de todo batizado e, de maneira especial, dos que professaram o carisma da misericórdia.” (Texto-Base CF 2012, n.248)
Será importante que durante este mês, já como expressão de nossa conversão, e nosso compromisso com o Evangelho, pensássemos como garantir aos enfermos atendidos nos diversos hospitais de nossa região (Penteado, Taipas, Pirituba,...) o atendimento adequado, não só como atendimento às suas necessidades físicas, mas também através do anúncio da Palavra de Deus, da celebração dos Sacramentos, e da presença confortante junto aos que sofrem, levando-lhes conforto e paz.
Proponho-lhes que nas reuniões setoriais, em fevereiro ou março, se tratasse da presença das comunidades junto aos enfermos. Como atendemos nossos doentes? Como estão sendo celebrados os sacramentos da penitência, da eucaristia e da unção dos enfermos? Nos hospitais e postos de atendimento mais próximos de nossas paróquias, qual é a assistência religiosa aos doentes? O que temos oferecido aos profissionais de saúde para que eles possam desempenhar seu trabalho com qualidade e, ao mesmo tempo, espírito cristão?
Seria incoerência da nossa parte exigir dos Poderes Públicos a garantia dos direitos dos enfermos, se nós nos negamos a ir ao encontro deles para oferecer-lhes o dom precioso da Palavra de Deus, dos Sacramentos, da Oração da Igreja e da presença solidária, não é mesmo?
Vamos todos viver a Jornada Mundial dos Doentes (11-02-2012) e a Campanha da Fraternidade comprometidos por fazer com “que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8)!
No domingo, dia 26 de fevereiro, temos nosso encontro marcado na Paróquia Nossa Senhora das Dores (Parada de Taipas), às 14h para a Abertura da CF 2012, em nossa Região Episcopal. Até lá queridos no Senhor!
A todos meu abraço e minha oração,